Folha Seca Gelobol Clube

FOLHA SECA GELOBOL CLUBE - Presidência: seu Lito / Diretoria: seu Lito, Lucyintheskywithdiamonds e Digão, a mulher gorila / Chefe da segurança: Felipinho / Mascote: Pratinha / O FOLHEIRO - Editor-chefe: Seu Folha / ASPONE: Gelol / Contínuo: Lu Lamo Lusco

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Papaire é o cara!


Prestem muita atenção: o primeiro tempo fechara em 9 a 3 para a equipe branca!
Mesmo antes do final da primeira etapa, os laranjas já tinham que ouvir comentários entre atletas da equipe adversária que disputam o G4:
- Poxa, parceiro, pior que a ordem na classificação geral não vai mudar nada porque estamos no mesmo time.
Ao que um humilde atleta laranja respondeu para que mantivessem a calma porque o jogo ainda não havia acabado. Afinal, este encontrava-se entre os dois na tabela.
E ainda pior, segundo o laranja Zé Luca, autor de dois golaços no primeiro tempo, um olheiro do Manchester que fora ao Leme para ver exclusivamente o desempenho de Lula, deixara decepcionado o centro de práticas esportivas ao final da primeira etapa rumo ao Galeão.
Com o início do segundo tempo, as coisas não foram diferentes. Ampliaram o placar para 13 a 4.
E mais comentários se seguiram, até mesmo do honorável e humorado senhor árbitro Shell, quase que transformando cada alaranjado jogador num reles inseto.
Foi quando Papaire resolveu tomar o comando. Sim, chamou a responsabilidade para si. E já numa primeira atitude, o nobre gajo botou as cartas na mesa, juntou todos em roda e corajosa e estratégica e espantosamente colocou o craque Roberto para esquentar o banco:
- Se estás a desaminar, ponha-se para fora! Fantomas é a sua vez! E digo mais: se vocês estão a se sentir como insetos, saibam que num belo dia, um reles mosquito, nascido de um pântano qualquer, pousou em cima das páginas do filósofo alemão Nietzsche onde o filósofo dizia que “os fortes quando tomam veneno, o veneno só os torna mais fortes.”
Ah! A equipe toda, tomada por iluminado brio, olhou para aquela bela pelota de couro à frente - não a laranja, a outra - e nela vislumbraram uma lata de DDT. Tomaram a esférica como quem toma goles do tóxico líquido, engoliram os comentários feito cicuta e, destemidos, seguiram em marcha guiados pelo luso-português.
A soberba mais uma vez estava desafiada.
O que se viu jamais fora registrado.
13 a 5, 13 a 6, 13 a 7.
- Calma, ainda estamos seis gols à frente.
Numa bola que sobrou no meio de campo, Papaire dominou a mesma e seguiu adiante. Seus dois atacantes abriram, os zagueiros ameaçaram cercar o lisboeta, mas gritos incessantes do mesmo esquadrão desestimularam a marcação:
- Deixa ele! Deixa ele!
Não deu outra: como um bacalhau cego em direção ao anzol, Papaire só não entrou com bola e tudo porque teve humildade. Disparou um tiro indefensável! Golaço! Alvo silêncio.
13 a 8, 13 a 9, 13 a 10.
Os gols começavam a sair praticamente a cada minuto.
Até aí, o pequeno puto testemunha do milagre de Fátima, já havia feito os mais variados gols: de cabeça, de esquerda, de voleio, de cobertura e até de bico.
Definitivamente tinha dado branco no branco.
Crise nos alvi-brancos!
E esse 13 que não saia mais do placar? Seria algum resquício da ainda próxima sexta-feira, 13, de agosto?
13 a 11.
Lula domina magistralmente a bola na entrada da área, arma e chuta. Barbante certo não fosse a inoportuna mão à frente.
Shell, atento como sempre, não titubeou: é pênalti!
O grão-mestre português, com a sabedoria de uma biblioteca de Coimbra, apenas sussurrou para Lula que ajeitava a pelota:
- Escolha um canto e não pense em mais nada!
Mas Lula, com a cabeça ainda voltada para a quase contratação inglesa que escapava de suas mãos, esqueceu-se do pé e quando viu estava chutando milímetros acima do travessão.
Um fino risco de um frio suor correu pela coluna dos adversários que acreditaram ser ali o momento de segurar a laranja lusitana.
Porém, pouco depois de batido o tiro de meta, logo na primeira retomada de bola, o próprio molusco a recebe na intermediária e chuta cruzado: golaço!
13 a12! E dois minutos ainda por jogar.
Do lado de fora, o praticamente técnico no segundo tempo dos brancos, vociferava, grunhia, quase às lágrimas, pelo fim do jogo.
Mas ainda havia tempo.
E força. Arrancando ar em bubalina respiração, seu Lito livra-se da marcação e ao iniciar o magistral cruzamento tudo pareceu mudar naquele domingo: o tempo ralentou, os pássaros emudeceram e da figura de Papaire, postado dentro da área, um brilho de luz resplandeceu a manhã. Outro laranja Motorista via a tudo atônito a poucos centímetros do escolhido. Claramente iluminado e amparado e fortalecido pelos espíritos de além mar, Papaire sublimava num peixinho entre os gigantes adversários.
Golo!
Era a Glória! A Alfama, o Bairro Alto que sacudiam seus lençóis nas janelas!
Quinto golo de Carlinhos.
13 a 13! O que era impossível tornava-se realidade!
Alvi-pálidos deram novamente a saída, acuados pelos gritos de Zé Luca:
-Vamos virar! Vamos virar!
Mas aí já não havia mais tempo e a história estava feita.
Quem acabou se dando bem e gostou dos dois empates consecutivos foi o, ainda assim, lanterna Atlético Geoniense que retorna domingo depois de turnê no México.
Informações dão conta de se ter visto Lula desligando telefone na cara de gringo.
No gelobol, com um Artur inspiradíssimo, os editores d´O folheiro ficaram atentos às notícias por vir dos repórteres que seguiram integrantes dos brancos que se reuniram para discutir o acontecido. Até fecharmos essa edição nossa equipe tinha os seguido pela Brasil e na passarela treze (13) entraram em Ramos até o galpão da Di Santinni. A reunião foi a portões fechados.
O único representante do esquadrão branco que jogou o terceiro tempo na Urca foi o Marcelo, mas ele não conta, sabe como é, o cara tá querendo deixar de ser diarista.
Benvindo Moutinho.

BRANCOS
Luciano, Digão, Santos, Felipex, Bernardo, Ratinho, Pedrão e Moutinho

LARANJAS
Seu Lito, Maurício Motorista, Lula, Phantom F5, Artur, Roberto, Zé Luca e Carlinhos Papaire!

Em tempo

"Bom dia,

Me fogem palavras para expressar o que ontem aconteceu no Grama Leme.
Acabo de chegar na sempre aprazível Vitória/ES, cidade na qual em breve
estarei oferecendo meus préstimos.
Todavia, e aqui remonta a repercussão do "jogo antológico", o fato é que ao
pisar em solo capixaba fui confundido com o artilheiro Papaire.
Não sei se em face da estatura, do português nativo e escorreito, ou
meramente pelo caminhar com trejeito de craque, a verdade é que já posei
para fotos, dei entrevistas e autógrafos em profusão, bem como estarei sendo
esperado pelo alcaide deste sítio na hora do almoço.
Tentarei ao máximo, sem incorrer no crime de falsidade ideológica, me
presentear com os 15 minutos de fama que o nosso artilheiro tanto merece.
De resto, anseio com expectativa pela próxima edição do "O Folheiro", onde
V.Sa. saberá narrar com riquezas de detalhes o grandioso espetáculo do dia
15/08/2010, data que será sempre aclamada como o "Dia da Reação".
Abs.
Mauricio."

9 comentários:

Carlos Dias disse...

Excelente! Texto épico à altura da reação épica. Só faltou ressaltar que Papaire fez os dois gols de cabeça ganhando no alto de Bernardo e Luciano.

Geo disse...

Muito bom, adoraria estar ai para impedir o empate ou para garantir a vitora. Mas melhor ainda o fato de que o foram dois empates conforme solicitei a minha reza forte com muita farofa e cachaça. Domingo que vem o atletico geoniense esta de volta. Tem novo sorteio do 3o tempo, la no gelobol

Anônimo disse...

O texto está ótimo. Relato fiel da manhã de Domingo. Nunca o salto alto foi tão castigado. Agora tenho uma dúvida. Que raio está enfiado na bunda do bonequinho da foto???
Pappaire - O Artilheiro de salto raso.

Unknown disse...

muito bom! Valeu papaire...

O folheiro disse...

Sr. Papaire
Com relaçao à vossa pergunta sobre vossa foto acima, nós d´O folheiro optamos por nao entrar em detalhes a respeito do que venha a ser o objeto enfiado bunda adentro.
Atenciosa e lubrificantemente
Seu Folha

Luciano - Mauro Galvão disse...

ué... não era uma foto do papaire que ilustrava o post?
Diz aí Pappaire, que objeto não identificado é aquele? RSRSR

Anônimo disse...

Essa pergunta vc tem que fazer para o Folheiro! Eu juro que tou inocente. Mais, amanhã terei uma reunião com o corpo jurídico que me cerca para indagar da possibilidade de agir judicialmente contra este blog, caso o bonequinho da foto seja realmente eu.
Pappaire

O folheiro disse...

Caro leitor sr. Papaire
Informamos que o jornalista responsável por vossa fotografia, quero dizer, do 'bonequinho', já não se encontra mais em nosso quadro.
Atenciosa e hilariantemente
Seu Folha

Anônimo disse...

Pelada histórica 🧡🤍🧡🤍🧡